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D. Pedro IV

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Mensagem por terror Sáb Jun 06 2009, 15:28

D. Pedro IV



D. Pedro IV Phpedro4


D. Pedro IV





Segundo filho varão de D. João VI e de D. Carlota
Joaquina, a morte de seu irmão primogénito, D. António, encaminhou-o para a herança da
coroa de Portugal.

A sua infância decorreria em ambiente carregado,
entre o instável ambiente familiar e os acontecimentos sociais e políticos,
desde os ecos da Revolução Francesa, às ameaças napoleónicas, culminando
pela fuga da corte para o Brasil perante as invasões francesas (1807). Contava
então 9 anos de idade e a sua educação decorreu à rédea solta, sem estudos
sistemáticos. Sofria de epilepsia, elemento de grande importância a considerar
na compreensão da sua personalidade. Educado sem «luzes excessivas», os anos
depressa lhe atribuem funções cada vez mais elevadas.

No Brasil casou com a arquiduquesa Leopoldina de Áustria,
de quem teve dois filhos: D. Maria da Glória (1819) e D. Pedro (1825). A partir
da revolução liberal portuguesa de 1820, os acontecimentos, quer no Brasil
quer em Portugal, atropelam-se em ritmo acelerante para o feitio de D. João VI;
por intimativas de Lisboa, nomeia regente do Brasil seu filho D. Pedro (devido
à agitação popular no Rio, Pará e na Baía, de inspiração liberal) e volta
a Portugal. Aqui, as Cortes Gerais, preocupadas com os acontecimentos
brasileiros e a ascendência a reino da antiga colónia, pensam mandar o infante
D. Pedro em viagem pela Europa. Mas antes que o regente do Brasil tomasse
conhecimento, escreve ele a seu pai acerca das ideias de independência que
alastravam no Brasil, e das quais D. Pedro viria a ser uma pedra fundamental:
com efeito, a independência cobrir-se-ia com D. Pedro que, a dada altura, se
teria convencido que em vez de movido, era o motor dos acontecimentos.

Em 7 de Setembro de 1822, o regente proclamava
formalmente a independência brasileira, junto ao lpiranga (estado de São
Paulo), sendo, mais tarde, proclamado imperador do Brasil. Quando em 1826, D. João
VI morre imprevistamente, e se abre o problema da sucessão, o imperador
brasileiro passa a ser uma das personagens fundamentais do drama nacional, que
principiou a desenrolar-se e que termina em 1834 com a vitória dos liberais. D.
Pedro foi proclamado rei de Portugal, conforme as determinações paternais. No
decurso do seu breve e longínquo reinado, confirma D. Isabel Maria na regência,
e outorga aos seus súbditos uma Carta Constitucional e abdica,
condicionalmente, em sua filha D. Maria da Glória, com a condição do
casamento desta com seu tio D. Miguel, ausente em Viena de Áustria, e que devia
jurar a Carta. Após a doação da Carta os acontecimentos precipitaram-se: em
Portugal, D. Miguel começa a governar como rei absoluto (1827), os liberais
expatriados, presos ou a espernearem nas forcas; no Brasil, o choque, cada vez
mais patente entre os sopros dos ventos liberais, e o autoritarismo do
imperador, arrasta-o à gradual perda de prestígio e à dramática abdicação
em seu filho D. Pedro II (7-4-1831).

Tendo abdicado duas coroas, o ex-imperador do Brasil
e ex-rei de Portugal, reduzido ao título de duque de Bragança, abandona o
Brasil e dirige-se para a Europa com a filha D. Maria II, rainha de nome, por
cujo trono se batiam os liberais portugueses espalhados pela Europa, ou reunidos
na ilha Terceira. O duque de Bragança decide empenhar-se pessoalmente na solução
do pleito e a 3 de Março de 1832 assume a regência e nomeia um ministério do
qual faz parte Mouzinho da Silveira. Data de então a fase decisiva da luta
entre liberais e absolutistas, caracterizada, fundamentalmente, pela revolucionária
legislação de Mouzinho e pelo entusiasmo e abnegação de D. Pedro, na preparação
da expedição militar que, dos Açores, chegará às costas portuguesas (no
Norte, próximo de Mindelo), para sentar no trono a jovem soberana e impor a
Carta. E nos longos meses do cerco do Porto que o regente, não obstante os
defeitos de carácter e de educação, dá a plena medida da pertinácia e
dedicação pela causa que encabeçava. A convenção de Évora Monte põe fim a
esta cruel guerra civil, e exila o rei absoluto. Pouco mais viveria D. Pedro: só
o tempo suficiente para ver as Cortes reunidas de acordo com a carta, tendo
falecido 4 dias após o começo do reinado de D. Maria II; apenas com 36 anos.
Apaixonado, incoerente e corajoso, o nome e a actuação de D. Pedro são
indissociáveis da experiência liberal portuguesa, que assinala o início do
Portugal contemporâneo: mal ou bem, melhor ou pior, o possível Portugal
contemporâneo e europeu principiou aí.


Ficha
genealógica
:
D. Pedro IV nasceu no Palácio de Queluz a 12 de Outubro
de 1798, recebendo o nome de Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos
Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Serafim de Bragança
e Bourbon, tendo falecido no mesmo palácio, a 24 de Setembro de 1834, foi
sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora, sendo transladado para o Brasil em
1972.
Foi o 1.º imperador do Brasil, de 1822 a 1831, abdicando do trono para
vir à Europa defender os direitos de sua filha D. Maria da Glória ao trono
português. Guardou então para si o título de duque de Bragança.
Casou
em 1817 com D. Maria Leopoldina Josefa Carolina, que nasceu a 22 de Janeiro de
1797, e faleceu no Rio de Janeiro, a 11 de Dezembro de 1826, filha de Francisco
I e de D. Maria Teresa, últimos imperadores do Sacro Império Romano Germânico
, e primeiros da Áustria.
Do casamento nasceram:1.
D. Maria da Glória, que sucedeu no trono;
2. D. Miguel. Nasceu e faleceu no Rio
de Janeiro, a 24 de Abril de 1820;
3. D. João Carlos. Nasceu no Rio de
Janeiro a 6 de Março de 1821, e faleceu na mesma cidade a 4 de Fevereiro de
1822;
4. D. Januária Maria. Nasceu no Rio de Janeiro, a 11 de Março
de 1822, e faleceu em Nice, França, em 13 de Março de 1901. Casou em 1844 com
Luís Carlos Maria José de Bourbon, nascido em Nápoles, a 19 de Julho de 1824,
e morreu em Paris, a 5 de Março de 1897, filho de Francisco I, rei das Duas
Sicílias;
5. D. Paula Mariana. Nasceu no Rio de Janeiro, a 17 de
Fevereiro de 1823, e faleceu na mesma cidade, em 16 de Janeiro de 1833;
6.
D. Francisca Carolina. Nasceu a 2 de Agosto de 1824, no Rio de Janeiro, e morreu
em Paris, a 27 de Março de 1898. Casou em 1843 com Francisco Armando Filipe
Luís Maria de Orléans (1818-1900), filho de Luís Filipe e de D. Maria
Amélia, reis dos Franceses, e príncipe de Joinville e duque de Pentièvre;
7.
D. Pedro. Nasceu no paço de São Cristóvão do Rio de Janeiro, a 2 de Dezembro
de 1825, tendo recebido o nome de Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo
Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Rafael Gonzaga,
tendo falecido em Paris a 5 de Dezembro de 1891. Foi sepultado no Panteão de S.
Vicente de Fora, tendo sido transladado para o Brasil, estando sepultado na
catedral de Petrópolis.
Ascendeu ao trono do Brasil, por abdicação de seu
pai, em 7 de Abril de 1831. Casou em 1843 com D. Teresa Cristina de Bourbon,
nascida em Nápoles no dia 14 de Março de 1822, tendo falecido no Porto em 28
de Dezembro de 1889, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias, e de D. Maria
Isabel de Bourbon, com geração.
D. Pedro IV casou em segundas núpcias, em
1829, com D. Amélia de Beauharnais, nascida em Milão em 31 de Julho de 1812, e
falecida em Lisboa, no Palácio das Janelas Verdes, em 26 de Janeiro de 1873,
filha de Eugénio de Beauharnais, então vice-rei de Itália, filho do primeiro
casamento de Josefina, Imperatriz dos Franceses, e da princesa Augusta Amélia,
filha de Maximiano José I, rei da Baviera.
Do casamento nasceram:8.
D. Maria Amélia. nasceu em paris, a 1 de Dezembro de 1831, e morreu no Funchal,
a 4 de Fevereiro de 1853, sendo sepultada na quinta do Lambert e mais tarde
transladada para o Panteão de S. Vicente de Fora. Morreu solteira;
9.
Vários filhos de outras ligações.
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